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Pitadas Culturais

Exposição gratuita e guiada conta parte da história de Lorenzato

Lorenzato

O público poderá visitar, mediante agendamento prévio, as obras de um dos mais importantes pintores do país, que estão na mostra ‘Noites e Noturnos’, na Rodrigo Ratton Galeria

O pintor belo-horizontino Amadeo Luciano Lorenzato (1900-1995) está com parte da sua obra e história à disposição do público em uma exposição gratuita na capital mineira. Os raros quadros, esculturas e objetos do artista, que completaria 120 anos em 2020, podem ser visitados até o dia 20 de dezembro, em Belo Horizonte, na Rodrigo Ratton Galeria (Rua Alagoas, 1314, loja 27c, Shopping 5ª Avenida, Savassi), durante a exposição ‘Noites e Noturnos’, mediante agendamento prévio para evitar aglomerações. A exposição segue todas as recomendações da Organização Mundial da Saúde e respeita todos os decretos municipais.

Quem for à Rodrigo Ratton Galeria poderá conhecer um pouco mais sobre a vida de Lorenzato. Entre as criações do artista, uma escultura específica chama a atenção, não só pela disposição no espaço, localizada no meio do salão, mas pela história curiosa. “Quando sua esposa morreu, Lorenzato fez uma escultura com uma representação de sua falecida amada, a Ema. Ele dizia que ela não tinha morrido e só estaria indo às compras, por isso a sacola em seus braços. A obra ficava em frente à sua casa, ao lado do portão”, explica Antonio Carlos Figueiredo, proprietário do Museu do Cotidiano, que emprestou a obra para a exposição.

Além das obras de arte, também estão expostos alguns objetos pessoais de Lorenzato, também de propriedade do Museu do Cotidiano e emprestadas à ‘Noites e Noturnos’, como um histórico relógio, que inclusive, aparece em uma fotografia antiga, e o seus pentes, ferramentas que foram utilizadas por anos e são as responsáveis por uma das características marcantes do trabalho do artista, a pintura ‘penteada’. “Quem vier não terá apenas a oportunidade de apreciar um pouco do trabalho do ilustre pintor belo-horizontino, mas sim conhecer um pedacinho da história de um ser humano simples, inteligente e que muito contribuiu para a arte”, afirma Rodrigo Ratton, proprietário da galeria de arte e idealizador da iniciativa, que conduz os visitantes da exposição em uma verdadeira imersão na vida do pintor mineiro.

O organizador Rodrigo Ratton deixa claro que as obras não estão à venda e que o seu intuito com essa iniciativa é mostrar para o público a importância que o pintor tem para o mundo das artes. “Os 120 anos de Lorenzato não poderiam passar em branco. Idealizei essa exposição não comercial para apresentar apenas um recorte de sua vasta obra, reconhecida nacional e internacionalmente, e assim celebrar um dos grandes nomes da arte brasileira. Simultaneamente, vamos homenagear o responsável pelas primeiras exposições do artista, Palhano Júnior”, completa Ratton.

Lorenzato

Filho de imigrantes italianos, Lorenzato nasceu no dia 19 de fevereiro, na capital mineira. Foi trabalhador da construção civil como pintor. Depois de um acidente, dedicou-se à pintura de quadros, talvez por pura intuição criativa. Considerava-se um autodidata, que imprimia em suas pinturas a singularidade das cenas cotidianas, com marcados volumes, texturas densas e ricas em cores. Ele criava, dessa forma, aquilo que se tornou o mais característico em sua pintura: o “penteado”, através de pentes propriamente ditos e tintas que ele próprio fazia.

Lorenzato deve ser considerado um exemplar do alto modernismo brasileiro e, acima de tudo, um artista livre que, equipado de gestos únicos, pintava o que via. Além dos casarios, que são expressos na grande maioria das suas obras, pintou também paisagens, noturnos, abstratos, pores do sol, naturezas mortas, céus estrelados, barcos, prédios e fábricas. Com suas formas geométricas reduzidas, construiu as mais diversas figurações, utilizando-se de um estilo simplificado. De forma singular retratou uma visão única do mundo ao seu redor. O artista não fazia distinção entre o erudito e o popular, ao invés disso, ele se desvencilhava de tendências e movimentos, possibilitando demonstrar em sua obra sua principal marca: a originalidade. Na sua autodefinição dizia: “Amadeo Luciano Lorenzato, pintor autodidata e franco atirador. Não tem escola. Não segue tendências. Não pertence a igrejinhas. Pinta conforme lhe dá na telha. Amém”.

Serviço:

Exposição Noites e Noturnos | 120 anos de Lorenzato

Local: Rodrigo Ratton Galeria – Rua Alagoas, 1314, loja 27c, Shopping 5ª Avenida, Savassi, Belo Horizonte/ MG

Data: 22 de setembro a 20 de dezembro

Entrada gratuita (mediante agendamento prévio pelo WhatsApp 31 99981-9281).

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