De 27 de setembro a 08 de outubro, na Funarte, a Cia Candongas estreia seu novo espetáculo “Uiraçu” que traz uma proposta diferente e inusitada: um jogo em que o público é convidado a fazer parte como jogador, interferindo diretamente em seu final. A peça acontece num mundo onde a população está subjugada a um poder repressor chamado “Uniformidade”, associado a outra entidade que lucra com essa repressão: o “Mercado Financeiro”. A partir daí, além de reprimir as ações do povo, eles limitam até a distribuição de oxigênio como forma de mantê-los sob controle e acumular mais riqueza.
Mas, indignados com a situação, algumas pessoas da população resolvem criar um coletivo para que, unidos, organizem uma rebelião contra o poder opressor da Uniformidade, criando estratégias a partir do “Estatuto Vital”, que propõe um modelo de relação entre as pessoas baseado na Empatia, no amor e em valores rejeitados pela opressão.
E é a partir daí que toda a ação se desenvolve no jogo. Para participar, cada espectador, ao adquirir seu ingresso, é convidado a entrar no site da peça – uiracu.ciacandongas.com.br – e criar seu avatar, uma personalidade própria que será seu acesso às dinâmicas da brincadeira. Depois, são sorteados para fazer parte do batalhão de um dos personagens principais da trama: Dadinha, Gentil, Joca, Luz ou Tipé. Assim, cada jogador participa defendendo seu bando e é esse desempenho que determina o destino do líder no espetáculo.
“A peça é baseada na ideia daquele jogo de infância chamado Detetive, onde existiam vítima, polícia e o assassino. Mas aqui, no universo Uiraçu, as vítimas são chamadas de galinhas; a polícia são os lobos e os assassinos são as águias”, explica Gustavo Bartolozzi, gestor da Cia Candongas.
Segundo Gustavo, o grande diferencial de Uiraçu é sua inovação. “Não é só uma peça de teatro e nem só um jogo também. É uma experiência completamente diferente que o público terá porque ele vai poder interferir diretamente na história, decidir o que acontece, participar ativamente ou ser mero espectador, de acordo com o que desejar”.
Uiraçu é dirigida por Paulo Flores, fundador do grupo teatral gaúcho “Ói Nóis Aqui Traveiz”, reconhecido por suas criações artísticas que falam de temas como justiça social, igualdade de oportunidades e respeito às diferenças, um dos maiores homens do teatro do nosso país.
“A forma como Paulo Flores desenvolve seu trabalho está totalmente alinhada com os temas que refletem a história da Companhia Candongas. Tê-lo aqui neste projeto do Uiraçu é um privilégio para nós, um estímulo que nos traz a convicção do poder do teatro como laboratório para estímulo do pensamento crítico que possa desenhar um futuro melhor”, afirma Gustavo destacando a relevância do diretor no cenário cultural.
No elenco, além de Gustavo Bartolozzi que também é ator, estão Helena Marques, Wesley Simões, Drica Chaves e Rodolfo Goular. O texto da peça foi escrito pelo Núcleo de Dramaturgia da Candongas, formado por Bartolozzi e Guilherme Theo, com orientação Anderson Feliciano.
O pontapé inicial para a criação de Uiraçu começou em 2018. “Claudia Henrique, que também é da Candongas, e eu estávamos ambos estudando temas que casavam com a dinâmica do que viria a ser a peça. Ela fazia um curso de teatro e tecnologia na UFMG enquanto eu estudava Gestão de Negócios e meu trabalho final foi sobre teatro e jogos. Quando finalizamos nosso estudo, pensamos como seria legal fazer algo juntando esses dois mundos: o do teatro e o dos jogos”, conta Gustavo. Assim surgiu a ideia de montar uma trilogia, que começou com o espetáculo Sísifos (2020) e continua agora com Uiraçu, segunda parte de trilogia.
A maior referência para a construção do espetáculo, segundo Bartolozzi, é o livro “A Águia e a Galinha”, de Leonardo Boff, no qual ele relata uma fábula de James Aggrey, educador social e líder político da república de Gana, na África Ocidental. Aggrey dizia que “fomos criados à imagem e semelhança de Deus, mas houve pessoas que nos fizeram pensar como galinhas. E muitos de nós ainda acham que somos efetivamente galinhas. Mas nós somos águias. Por isso, companheiros e companheiras, abramos as asas e voemos. Voemos como as águias. Jamais nos contentemos com os grãos que nos jogarem aos pés para ciscar…”
Os ingressos estão à venda no site da Sympla e custam R$20,00 (Inteira) e R$10,00 (Meia). Após adquirir o ingresso, o espectador deve entrar no site da Candongas e criar seu avatar do jogo.
Ficha Técnica Uiraçu
Direção: Paulo Flores
Assistência de Direção: Cláudia Henrique
Elenco:
Adriana Chaves
Gustavo Bartolozzi
Helena Rodrigues
Rodolfo Goulart
Wesley Simões
Cenógrafo e figurinista: Marcelo Xavier
Confecção de adereço e figurino: Adriano Borges
Confecção de cenário: Gastão Arreguy Filho
Dramaturgia: Guilherme Théo e Gustavo Bartolozzi
Preparação corporal e coreógrafo: Marcos Miranda
Trilha sonora: Geovanne Sassá, com participação de Fernando Muzzi
Preparação Musical: Geovanne Sassá
Preparação vocal: Babaya e Kátia Couto
Coordenação Técnica: Cleverson Eduardo
Iluminação: Cleverson Eduardo
Audiovisual e fotografia: Aline Teixeira
Produção: Ju Ribas
Assistência de produção: Marília Canguçu
Serviço:
Temporada “Uiraçu” – Cia Candongas
Data: 1ª semana
de 27 de setembro à 01 de outubro
27 a 29/09 – fechado para convidados
30/09 a 01/10
Horário:
– quarta a sábado (27 a 30/09), às 20h
– domingo (01/10), às 19h
Data: 2ª semana
De 05 a 08 de outubro
Horário:
– quinta a sábado (05 a 07/10), às 20h
– domingo (08/10), às 19h
Local: Funarte (Galpão 4)
Rua Januária, 68 – Centro, Belo Horizonte
Capacidade: 120 pessoas
Classificação etária: a partir de 16 anos
Duração: 1h20
Ingressos: R$20,00 (Inteira) e R$10,00 (Meia)
Vendas: sympla.com.br/evento/espetaculo-uiracu/2157895
Cia Candongas: uiracu.ciacandongas.com.br