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Pitadas Culturais

17ª CineBH – Mostra Internacional de Cinema de Belo Horizonte acontece entre os dias 26 de setembro a 1º de outubro

CineBH

A capital mineira será tomada, mais uma vez, pelo cinema da América Latina com a realização da 17ª edição da CineBH – Mostra Internacional de Cinema de Belo Horizonte, entre os dias 26 de setembro a 1º de outubro. Pelo segundo ano consecutivo, o evento se dedica à produção do nosso continente, em diálogo direto com realizadores locais e em sintonia com as coproduções internacionais – que estão no centro do 14o Brasil CineMundi – International Coproduction Meeting, encontro de coprodução internacional que acontece no mesmo período.

Serão seis dias intensos com muitas atividades gratuitas para todas as idades e públicos, numa temporada audiovisual de formação, reflexão, exibição e difusão do cinema brasileiro em intercâmbio com outros países, outras artes e com a cidade.

Um total de 8 espaços de Belo Horizonte vão ser ocupados pela 17ª Mostra CineBH: Cine Theatro Brasil Vallourec, Fundação Clóvis Salgado (Cine Humberto Mauro, Sala João Ceschiatti, Sala Juvenal Dias, Jardim Interno), salas de cinema do Centro Cultural Minas Tênis Clube, Sesc Palladium, Cine Santa Tereza, Teatro Sesiminas e Praça da Liberdade. Cada ambiente terá um perfil de atividade e de exibições, com encontros, bate-papos, negociações e vasta cartela de mais de 90 filmes em pré-estreias e mostras temáticas, entre curtas, médias e longas-metragens, selecionadas pelas equipes de curadoria.

A sessão de abertura da 17a CineBH acontece na noite de 26 de setembro, terça, às 20h, no Cine Theatro Brasil Vallourec, com a pré-estreia da ficção “Zé”, mais novo longa-metragem do mineiro Rafael Conde. O diretor e a atriz e diretora Yara de Novaes são os homenageados dessa edição e receberão o Troféu Horizonte por suas trajetórias.

Temática – Territórios da latinidade 

A temática da 17ª Mostra CineBH é “Territórios da Latinidade”. Desde o título, carrega-se a compreensão de que a América Latina não se resume simplesmente a um único conjunto de países, e sim à singularidade de cada um dos 20 países e dos mais de 660 milhões de habitantes a compor esse conjunto. A coordenação curatorial é do crítico Cléber Eduardo, que, junto aos demais curadores dos filmes latinos Ester Fér, Leonardo Amaral e Marcelo Miranda, desenvolveu as ideias a serem trabalhadas através de filmes, debates e discussões.

“Latinidade é diversidade com pontos em comum, mesmo dominadores, aos quais cada povo reage com suas estratégias e afirmações”, define Cléber Eduardo. “A América Latina, antes de ser uma extensão espacial, com suas paisagens diversas, é um território de latinidades, composto de territórios vários e fronteiras muitas vezes invisíveis, cada qual com suas dinâmicas próprias, com seus próprios elementos, símbolos e materialidades dos quais são constituídos”.

Nos 24 filmes programados para as seções latino-americanas da 17ª CineBH, estão representantes de Brasil, Argentina, Chile, Colômbia, México, Peru, Paraguai e Cuba. Quase todos são inéditos no país e, apesar de muitos terem alguma circulação por festivais internacionais, estão predominantemente fora do radar de eventos europeus que tendem a customizar um certo tipo de cinema latino padrão. No caso do recorte da CineBH, segundo a curadoria, os filmes carregam uma relação direta entre os territórios da encenação e os personagens mostrados.

“Com recorte histórico ou abordagem mítica, expondo a condição de uma única pessoa ou de um grupo, essa relação é constante. Não se trata de um cinema que está vinculado somente à terra ou às paisagens, mas também de um cinema vinculado ao modo de habitação e de apropriação desta terra”, destaca Cléber. Será ainda o primeiro ano na CineBH com uma mostra competitiva, no caso a Mostra Território, com 8 longas-metragens a enfatizar a geografia, a política, a história, a cultura e o cinema do continente. Outros recortes latinos são a Mostra Continente, com 13 filmes, e a mostra Cinema de Fôlego, com 3.

Cine BH

Homenagens – Rafael Conde, cineasta; Yara de Novaes, dramaturga, diretora, atriz 

Na 17a CineBH, serão celebradas as trajetórias de dois artistas de Minas Gerais de fundamental importância na construção da identidade cultural mineiras nas últimas três décadas: o diretor Rafael Conde e a dramaturga, atriz e diretora Yara de Novaes. Ambos têm caminhos distintos, mas em vários momentos se cruzaram; o resgate desses diálogos é também parte da vontade de a CineBH revisitar suas obras.

Historicamente, o encontro entre Rafael Conde e Yara de Novaes foi estimulado por uma rede de interesses múltiplos desses dois artistas nascidos em Belo Horizonte: o teatro, o cinema, a atuação e a palavra. Entre 1998 e 2008, Conde e Yara dividiram funções tanto à frente quanto atrás das câmeras. Em conjunto e com funções distintas, realizaram seis filmes, todos dirigidos por Conde e com participação de Yara como atriz, diretora de elenco ou assistente de direção: os longas “Samba Canção” (2002) e “Fronteira” (2008) e os curtas “A Hora Vagabunda” (1998), “Françoise” (2002), “Rua da Amargura” (2003) e “A Chuva nos Telhados Antigos” (2006). Vários destes trabalhos serão exibidos na Mostra Homenagem dentro da programação da CineBH.

Rafael Conde tem um caminho singular justamente por não se assemelhar à maior parte de seus colegas, ainda que tenha forte aproximação com eles. “Na época em que Conde começou a fazer filmes, o forte na produção de Minas Gerais eram outras formas de manifestações visuais, não exatamente o cinema realizado em película 16mm ou 35mm”, relembra Cléber Eduardo, coordenador curatorial da CineBH. “De sua geração, Conde é o mais veterano, talvez o mais pesquisador da cena, da interpretação, que mais busca algo que não é o naturalismo, nem a performance do naturalismo, mas também não é uma ruptura rumo a algum outro extremo”.

Yara de Novaes é nome crucial no teatro mineiro, desde a presença nos palcos como atriz e diretora até o ensino nas salas de aula. Na sua trajetória constam as fundações do Grupo 3 de Teatro, em 2005, com Gabriel Paiva e Débora Falabella; e da Odeon Companhia de Teatro, com Carlos Gradim, em 1998. Em ambas, dirigiu ou atuou em dezenas de peças. Ela expandiu o próprio trabalho e foi atuar também no cinema, na TV e no streaming. “Se, a princípio, Yara era uma atriz teatral autoral, foi o cinema e o audiovisual que fizeram dela não só uma intérprete mais conhecida, como também uma profissional aberta aos códigos industriais-populares, tanto no humor como na dramaticidade, assim salientando sua versatilidade”, diz Cléber Eduardo.

Pré-estreias nacionais e internacionais e mostras temáticas 

A 16a Mostra CineBH reúne uma seleção de mais de 90 filmes nacionais e internacionais, em pré-estreias mundiais e nacionais, distribuídos em 8 mostras temáticas: Continente, Território, Homenagem, Diálogos Históricos, Cinema de Fôlego, A Cidade em Movimento, Mostrinha e Cine-Escola.

No recorte de cinema latino-americano, as mostras Continente, Território e Cinema de Fôlego se misturam na diversidade de produções e formas de olhar a região. No caso da Território, que inaugura uma mostra competitiva na CineBH, ela tem a importância de apresentar a olhares brasileiros uma nova geração de autorias latinas, a maioria estreando em longas-metragens. Há ainda a importância de introduzir essa nova geração por meio de um conjunto de oito filmes (metade com direção de mulheres) avessos a estereótipos de latinidades genéricas e expressivos das múltiplas possibilidades de se atentar a um território concreto, local antes de nacional. As autoralidades pensadas no processo curatorial partem dos mundos que estimulam a criação, conectando os títulos para além de propostas temáticas.

Por sua vez, a Cinema de Fôlego propõe uma intensa experiência de imersão, com as pré-estreia do longa “A Longa Viagem do Ônibus Amarelo”, de Júlio Bressane e Rodrigo Lima, que faz um mergulho pelo imaginário do mítico realizador carioca Bressane ao longo de 7h10.

A mostra Diálogos Históricos contou com a curadoria de Cleber Eduardo e Marcelo Miranda e este ano é um tributo ao dramaturgo José Celso Martinez Corrêa, falecido em julho. Serão exibidos e comentados, com presença de críticos e pesquisadores, três filmes que ilustram a forte presença de Zé Celso também nas telas de cinema: “Prata Palomares” (André Faria, 1970), no qual ele foi roteirista; “O Rei da Vela” (1982), único filme no qual ele assina direção, aqui em parceria com Noilton Nunes; e “Fedro” (Marcelo Sebá, 2021), em que ele surge de corpo, alma e voz com o ex-pupilo Reynaldo Gianecchini num longo e intenso papo íntimo sobre arte, sexo, vida e política.

A mostra A Cidade em Movimento, recorte com curadoria de Paula Kimo, exibe produções independentes de Belo Horizonte e região metropolitana em diálogo direto com a vivência nas cidades. Este ano, o tema é “Olhar o Horizonte”, pautado em filmes que apresenta formas de mundos imaginados, com frescor de novidade, a partir da ideia de que a linha de um horizonte como o que se tem na capital mineira e região denota distintas paisagens numa região cercada por montanhas e interrompida por grandes edifícios, o que revela os conflitos e as camadas históricas e sociais que habitam uma metrópole clamando por visibilidade. Disso os mais de 15 filmes a serem exibidos, acompanhados sempre de uma roda de conversa com convidados especiais, abrem espaço à diversidade que preenche o cotidiano de beleza e poesia.

Tem sessão para toda família, com a realização da Mostrinha de Cinema que acontece nos dias 30 de set e 1º de out, sábado e domingo, em Santa Tereza, na Sala do Minas Tênis Clube, na Praça da Liberdade. As sessões serão acompanhadas pelos personagens da Turma do Pipoca  e intervenções circenses.

Por fim, as Sessões Cine-Escola são promovidas para estudantes e educadores em seis sessões de filmes, com exibição de 13 filmes brasileiros entre longa e curtas, programados por faixas etárias – 5 a 7 anos, 8 a 10 anos, 11 a 13 anos e a partir de 14 anos. As sessões acontecem nos dias 22, 28 e 29 de setembro em três espaços da cidade – Grande Teatro do Sesc Palladium, Teatro Sesiminas e Cine Santa Tereza. As sessões são destinadas às escolas inscritas previamente pelo site cinebh.com.br até o dia 13 de setembro. Toda programação é gratuita.

Brasil Cinemundi – O evento de mercado do cinema brasileiro

Em sua 14a edição, o Brasil CineMundi, evento de mercado do cinema brasileiro, realizado em edições anuais e consecutivas desde 2010 durante a CineBH, é a principal plataforma de rede de contatos e negócios à produção do país em relação com outros profissionais do mundo todo. O CineMundi promove intercâmbio entre mercado e projetos de filmes brasileiros, potencializa conexões entre realizadores independentes, parceiros e troca de ações e informações e seleciona diversos projetos para compor rodadas de negócio com produtores para orientações que possam auxiliar na viabilidade das propostas.

Entre os mais de 40 convidados de 18 países (Alemanha, Argentina, Brasil, Canadá, Chile, Colômbia, Cuba, Espanha, EUA, França, Holanda, Itália, México, Peru, Portugal, Reino Unido, Suíça, Uruguai), estarão representantes da indústria mundial do audiovisual, agentes de vendas, distribuidores, tutores, representantes de fundos de financiamento, programadores de festivais internacionais e representantes de players nacionais de circulação multimídia, como canais de streaming e televisão.

Eles vêm participar de meetings e consultorias com os 50 projetos selecionados para esta edição. São 40 projetos em desenvolvimento, sendo 10 na categoria Horizonte (representa o horizonte de temas, diversidade e criação do audiovisual brasileiro), seis na DocBrasil Meeting (focada em documentários), seis na Foco Minas (exclusiva para projetos mineiros) e 18 na categoria Paradiso Multiplica (parceria com o Projeto Paradiso, incubadora de talentos).

Todos os projetos escolhidos para o Brasil CineMundi participam do CineMundi Lab – programa de formação – e terão acesso a laboratórios de desenvolvimento, workshop de Design de Audiência, mentorias de roteiro, consultorias com tutores especializados, masterclasses, estudo de caso, debates e painéis de mercado. Nas rodadas de negócios, os produtores e diretores dos projetos participantes têm encontros individuais com os profissionais nacionais e internacionais, convidados pelo evento, interessados em coprodução e vendas audiovisuais no mundo todo.

Com a parceria de diversas iniciativas de fundos de produção, o CineMundi conta com prêmio aos projetos mais bem cotados pelos júris de avaliação. Há bolsas de desenvolvimento, participação em eventos internacionais de coprodução e incentivos à criação.

Programa de formação audiovisual

Com o propósito de fornecer ferramentas conceituais e práticas para capacitação de profissionais, troca de experiências entre diferentes agentes do setor audiovisual, ao mesmo tempo, que propõe gerar intercâmbio, promover encontros, diálogos, discussões e estabelecer redes de contato e conexões globais com foco no mercado audiovisual, o Programa de Formação Audiovisual integra a programação da 17ª Mostra CineBH e do 14º Brasil CineMundi – Encontro Internacional de Coprodução.

Nesta edição, o programa oferece 2 oficinas, três laboratórios de roteiro, workshops e masterclasses internacionais, cinco rodas de conversa, sessões comentadas, debates temáticos e com foco no mercado audiovisual.

TODA PROGRAMAÇÃO É OFERECIDA GRATUITAMENTE AO PÚBLICO

Sobre a 17ª CineBH – Mostra Internacional de Cinema de Belo Horizonte 

O cinema brasileiro em conexão com o mercado internacional e a capital mineira

A CineBH – Mostra Internacional de Cinema de Belo Horizonte, o evento de cinema da capital mineira, chega a sua 17ª edição entre os dias 26 de setembro a 1º de outubro de 2023. O evento promove a conexão entre o cinema brasileiro e o mercado internacional e se apresenta como instrumento de formação, reflexão, exibição e difusão do audiovisual em diálogo com outros países.

A CineBH prevê em sua programação a oferta de atividades oferecidas gratuitamente ao público: exibições de filmes nacionais e internacionais, pré-estreias e mostras retrospectivas, programa de formação com a oferta de oficinas, workshops, laboratórios, masterclasses, debates e painéis, promoção do fomento ao empreendedorismo, dissemina a informação, produz e difunde conhecimento, cria oportunidades de rede contatos e negócios, reúne a cadeia produtiva do audiovisual numa programação abrangente e gratuita.

Sobre o Brasil Cinemundi

O BRASIL CINEMUNDI – International Coproduction Meeting, evento de mercado do cinema brasileiro,  integra a 17ª Mostra CineBH e chega a sua 14ª edição 26 de setembro a 1º de outubro de 2023 com o propósito de apresentar ao mercado projetos de filmes brasileiros em longa-metragem, facilitando as conexões entre as produções e o mercado internacional por meio de parcerias produtivas e da troca de informações e ações.

O evento promove a ampliação da rede de contatos e negócios entre profissionais brasileiros e representantes da indústria nacional e estrangeira, além de atividades de capacitação, cooperação, intercâmbio, meetings e premiação, com foco nas tendências do cinema contemporâneo e na produção independente de perspectiva autoral e inovadora.

 

A 17ª CineBH – Mostra Internacional de Cinema de Belo Horizonte e o 14º Brasil CineMundi integram o Cinema sem Fronteiras 2022 – programa internacional de audiovisual idealizado pela Universo Produção e que reúne também a Mostra de Cinema de Tiradentes (centrada na produção contemporânea, em janeiro) e a CineOP – Mostra de Cinema de Ouro Preto (que difunde o audiovisual como patrimônio e ferramenta de educação, em junho).

Na Web: www.brasilcinemundi.com.br / www.cinebh.com.br / www.universoproducao.com.br

No Instagram: @universoproducao

No Youtube: Universo Produção

No X: @universoprod

No Facebook: brasilcinemundi/cinebh / universoproducao

No LinkedIn: universo-produção

Informações pelo telefone: (31) 3282-2366

 Site oficial do evento:  cinebh.com.br

 Serviço

17a CINEBH – MOSTRA INTERNACIONAL DE CINEMA DE BELO HORIZONTE

26 de setembro a 1º de outubro de 2023

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