A mostra “Cinema Feminino Francês”, exibida no Festival Internacional de Curtas-metragens do Rio de Janeiro no início de novembro, chega em Belo Horizonte com exibição gratuita na sala de cinema do SESC Palladium no sábado, dia 20, às 19h. As cinco produções dirigidas por mulheres francesas têm a feminilidade bastante presente em suas tramas e muitos deles põe em debate a sexualidade feminina, inclusive nesses tempos de distanciamento social. Fazem parte da seleção “Hot Spot”, “Jouir”, “L’effort Commercial”, “Shakira” e “Toutes Les Nuits”.
Durante a pandemia, quando a sexualidade precisou evoluir, a diretora Ananda Safo foi em busca de testemunhos íntimos de mulheres. O objetivo era que as convidadas, de diferentes esferas da vida, contassem memórias e tentassem descrever o que acontecia quando se deixavam levar por seus desejos, por seus prazeres em solitário. “Jouir” reúne 14 depoimentos que tratam, com veracidade e poesia, o tema da masturbação feminina, ainda considerada tabu apesar de certos desenvolvimentos na sociedade.
“Toutes Les Nuits”, de Latifa Said, tem como cenário Belleville, um popular bairro parisiense. Nadia vive sozinha com Samy, seu filho de 15 anos, e ensina francês para prostitutas chinesas em uma associação. Comprometida com o trabalho, ela é próxima de uma de suas alunas, Mei, que está economizando dinheiro para trazer o filho para a França. Uma noite, Mei é presa pela polícia e enfrenta a deportação. Nadia faz de tudo para evitar que a aluna continue com o filho longe dela.
Na geologia, um hot spot é uma zona hipotética de formação de magma com base no revestimento de um planeta. O conhecimento sobre os pontos quentes ainda é muito incompleto, assim como os do orgasmo feminino. No curta “Hot Spots”, quando Adèle tem que lidar com o funeral de seus pais, ela tem um orgasmo eterno. Anaïs Couet-Lannes é a diretora responsável pela obra.
Em “L’effort Commercial”, Lea começa a trabalhar como caixa em uma grande rede de supermercados. Em um ambiente vazio e frio, ela logo descobre o mundo do trabalho, governado por regras que a forçam a se posicionar. O filme é de Sarah Arnold, diretora suíço-italiana que vive em Paris e explora a noção de responsabilidade política, bem como a relação que o homem tem com seu meio ambiente em suas produções.
Já “Shakira”, acompanha a jovem cigana Shakira enquanto tenta salvar sua família de um retorno à rua e conhece Marius, um membro de uma gangue de ladrões. O filme de 2019 é dirigido por Noémie Merlant, indicada duas vezes ao César Awards, prêmio mais importante do cinema francês, por seu trabalho como atriz.
Serviço:
Realizadoras Francesas de Curta-metragem
Data: 20 de novembro, às 19h
Local: SESC Palladium – R. Rio de Janeiro, 1046 – Centro, Belo Horizonte